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5 Perguntas para o Paulo Cesar do Nascimento (Samsung Pay)



Pensa num papo espetacular sobre o mercado de Tecnologia, Futuro dos Negócios e do Trabalho!


Foi exatamente como foi o meu papo com o Paulo Cesar do Nascimento (PC), Líder da Samsung Pay no Brasil.


Um cara fantástico que tive o prazer de conhecer pessoalmente há menos de 3 meses em um almoço de uma galera que sempre se "encontra" aqui pelo LinkedIn:


Eu, Evelyn Fedricci, Ricardo Costa (MBA) da Dell, Pedro Mello da Ambev e o PC Nascimento!


Cada papo que eu tenho tido nessa série equivalem a uma aula de MBA.

E esse papo foi tão bom que tive que ampliar a série "5 Perguntas" para "7 Perguntas".

Se você tiver 5 minutos para ler essa entrevista, eu recomendo. Tá show demais!

PC, o papo foi espetacular!!!


Valeeeeeeuu!!!


***


1. PC, qual a sua visão sobre o cenário atual do mercado de mobile no Brasil e no mundo?


Esse é um dos mercados mais competitivos, no Brasil e no mundo.


Provavelmente teremos novos entrantes vindo explorar o mercado brasileiro de smartphones, como as empresas chinesas por exemplo.


O mercado brasileiro ainda tem muito potencial a ser explorado nessa área e o smartphone continua e deve continuar ainda por um bom tempo, sendo a principal interface para o usuário consumir conteúdo de fontes diversas, porque está literalmente na palma da mão.


2. E qual o Futuro desse Mercado? Quais as tendências para os próximos anos?


O celular continuará sendo uma das principais interfaces para o ser humano consumir conteúdo de fontes diversas.


O conteúdo vai ficando cada vez mais rico, com mais recursos interativos e isso vai demandar soluções cada vez mais criativas dos fabricantes.


Além dos já conhecidos recursos de processadores de altissima capacidade, telas com cada vez mais resolução, brilho e vivacidade de cores, os fabricantes devem trabalhar mais forte na criação e oferta de ecossistemas de serviços que agreguem valor às atividades cotidianas dos consumidores.


Uma vez que o celular consome grande parcela da atenção do usuário, faz sentido criar serviços que possam endereçar problema cotidianos e facilitar a vida do consumidor, seja para consumir conteúdo, entretenimento, noticias, etc.


Serviços deverá ser o nome do jogo. Além disso, com o advento do IoT realmente ganhando escala, teremos outros dispositivos sendo utilizados para agendar tarefas, assitentes para responder a perguntas específicas pesquisando no Google, etc.,


Mas, o celular continuará sendo, ainda por um bom tempo a interface principal para o consumidor.


3. Do ponto de vista de Pessoas e Talentos, quais as habilidades que serão mais exigidas pelas organizações nos próximos anos - em especial, as de Tecnologia, como a Samsumg?


Não sou da área de Recursos Humanos, mas como um profissional que trabalha com tecnologia há mais de 20 anos e um curioso/estudioso do comportamento humano, acredito que a habilidade de criar soluções para problemas simples, cotidianos.


Hoje, a grande maioria das pessoas se preocupa em endereçar grandes problemas, coisas grandiosas, mudar o mundo, mas, poucos tem a capacidade de análise para olhar para os problemas simples de uma região, população, cidade, etc., e endereçar soluções criativas para isso.


Todo mundo quer resolver os problemas das grandes cidades, mas, quem está olhando para o chamada “cauda longa”?


A possiblidade de criar soluções para pequenas comunidades, cidades do interior, regiões menos atendidads pela tecnologia, etc, trazem oportunidades gigantescas para todas as empresas.


Em praticamente todas as áreas, existem oportunidades de “cauda longa”.


As pequenas cidades demandam soluções de crédito, pagamentos facilitados, análise rápida de perfil para compra, venda, nas áreas de sáude, beleza, transporte, comercio, etc.


A capacidade de olhar para situações reais e buscar soluções simples que possam ser endereçadas também de maneira simples é uma das habilidades que serão muito valorizadas no futuro próximo.


E, por último, mais do que lingua, tecnologias, informações de mercado, economia, etc., conhecimentos que podem ser adquiridos por quase todo mundo, mas que também podem ser aprendidos e aplicados por robôs, precisaremos de humanos, que consigam entender humanos, o que já é raro nos dias atuais.


O resto, ah, o resto provavelmente vai ser endereçado de alguma forma pela inteligência artificial, robôs e tecnologias em geral.


4. A gente fala muito do Google, da Amazon e do Facebook. Mas fala-se pouco das Gigantes de tecnologia da China e da Coreia do Sul. Você trabalha na Samsumg, uma empresa da Coreia do Sul. Quais os elementos que você mais admira na Cultura da Samsung?


As diferenças culturais são grandes e por isso, muita gente acha dificil trabalhar em empresas como a nossa.


Algumas coisas que admiro muito na cultura da nossa empresa é que os Coreanos estudam muito o mercado e procuram entender o máximo como esse mercado se comporta.


Pensam de maneira simples mas arrojada, são agressivos na definição de objetivos e metas e pensam sempre grande.


Isso, embora pareça devaneio para alguns, obriga a todos os envolvidos a elevar o seu nível de conhecimento, dedicação, análise, negociação, etc.


Outro ponto é que, embora tenhamos bastante expatriados acompanhando e apoiando as ações em todas as áreas, as pessoas tem muita autonomia na execução do seu trabalho.


As responsabilidades são grandes e temos gente muito jovem assumindo projetos grandiosos.


5. Como será o Futuro do Trabalho?


Mais uma vez, minha opinião como profissional de tecnologia e curioso a respeito do comportamento humano, esse é um desafio enorme que nossa sociedade vai começar a enfrentar.


Acredito que teremos mudanças profundas na forma como consumimos o nosso bem mais precioso, mas que pouca gente enxerga dessa forma: o tempo.

Acredito que estamos no estagio inicial de algumas dessas mudanças, como nos transportes por exemplo.


Mais do que conseguir trabalho para todas as pessoas cuja função poderá ser substituida em breve por robôs, inteligência artificial, etc., é conseguir dar significado para essa parcela do tempo que as pessoas dedicam a atividades rotineiras, que costumamos chamar de trabalho.


Embora muitas dessas funções já possam ser automatizadas de alguam forma, existe dificuldades de mudar, porque tem uma questão social forte.


As pessoas foram ensinadas durante séculos que é preciso “trabalhar” da forma que fazemos hoje, para se sentir produtivo, para ter a sensação que se está construindo algo, deixando um legado.


O maior desafio, nesse caso não é somente ter uma renda universal como se prega, mas, dar significado a esse periodo de tempo que hoje aplicamos naquilo que chamamos de “trabalho”.


Talvez possamos ver os seres humanos voltados a habilidades mais criativas ou que exijam mais envolvimento manual, emocional, etc.


Exemplo: Podemos sempre comprar móveis dos mais diversos em maravilhosas casas especializadas em design.


Mas temos um mercado gigante de gente que ainda procurar aquele marceneiro que pode fazer o móvel realmente coma “sua cara”, que pode olhar para a sua casa e fazer o móvel de maneira que se encaixe melhor com o seu ambiente...


E isso, quase nunca tem a ver com design, mas sim, com o toque pessoal, com a arte do marceneiro, com o material utilizado, com o acabamento, o capricho do profissional.


E isso deve se aplicar a diversa áreas.


O resto... Ah, o resto pode ser executado por robôs...


6. Com tantos smartphones no Brasil, o que falta para o modelo de pagamento mobile através do celular vingar?


Pergunta interessate.


Embora não pareça, estamos falando não somente de pagar com o cartão de plástico ou com o celular, muito mais do que isso, estamos falando de mudar hábitos de uma população, e isso leva tempo e requer muita, muita comunicação.


No Brasil, a migração de cartões de tarja magnética para cartões de chip, durou 13 anos.


Naquele momento, a mudança era bem mais sutil.


Afinal, o cartão tem o mesmo formato, mesmo tamanho e o desafio era somente mostrar ao consumidor que ao invés de deslizar o cartão pela lateral da máquina de pagamento, inserir esse mesmo cartão na frente da máquina.


Agora, com o advento do pagamento com as carteiras digitais, estamos novamente desafiando o consumidor a mudar tudo.


Ele tem que mudar na sua mente o hábito de tirar a carteira do bolso de trás, tirar o cartão da carteira e inserir o cartão e digitar a senha, para simplesmente usar o celular, que está à mão dele quase todo o tempo, fazer autenticação biométrica e encostar o celular na máquina de pagamento.


Isso leva tempo e requer o engajamento de todo o ecossistema de pagamento.


A tecnologia já vingou, mas, para ampliar o usos para além dos grandes centros, requer comunicaçlão constante e engajamento de todos.


7. Quais as principais mudanças de comportamento que você observa nos clientes por conta das novas tecnologias? Como identificar e até se antecipar às necessidades que esses clientes nem sabem que têm?


O primeiro ponto a ser observado nesse caso é que novas tecnologias tem sido adotadas muitas vezes sem qualquer critério.


As pessoas tem adotado muitas tecnologias sem sequer fazer uma análise mínima para entender se aquela tecnologia vai realmente resolver algum problema, ajudar em alguma coias ou se vai somente tomar ainda mais tempo e atenção delas.


Muitas vezes adota-se um aplicativo ou nova tecnologia pelo simples fato de estarem todos adotando e aí, assim que surge uma nova onda, um novo aplicativo, migra-se para lá.


Isso torna-se perigoso porque as pessoas por vezes adotam tecnologias com o propósito de ganhar tempo, para registrar, alertar, etc., e na maioria das vezes, nem se percebe que isso toma mais tempo do que executar a tarefa em si.


A tendência é que surjam ferramentas que possam agrupar, agregar, diversos serviços e tarefas cotidianas dos consumidores.


As pessoas tem usado o celular durante praticamente todo o seu tempo útil, seja no trânsito, enquanto estão realizando atividades em casa, no trabalho, quando estão andando, etc.


Olhando para esse cenário, acredito que os comandos de voz para endereçar atividades, são uma forte tendência...


Pelo simples fato de que o usuário pode consumir conteúdo, consultar informações, gravar lembretes, etc. enquanto está executando outra atividade, o que torna-se muito dificil com qualquer coisa visual, por exemplo.


Se observarmos a Ciência, Matemática, Física, Engenharia, Biologia, etc... quase tudo que utilizamos como base do conheciment moderno, foi criado observando a natureza e como ela funciona.


Para identificar necessidades e tendências para o ser humano, acredito que a melhor forma é a observação perspicaz, o estudo cuidadoso do comportamento do mesmo.


Não consigo pensar em nada que possa ser mais completo e trazer mais insights do que isso.


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