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Foto do escritorAndré Souza

5 Perguntas sobre o Futuro para Gustavo Leme, Diretor de RH da Captalys



A nossa série "5 Perguntas sobre o Futuro" tem o prazer de bater um papo com o Gustavo Mançanares Leme, Diretor de RH da Captalys, uma empresa de alta tecnologia voltada para o mercado financeiro.


Ainda quando eu atuava como Executivo de RH, eu e o Gustavo começamos a trocar ideias por aqui no LinkedIn por conta de seus artigos sobre Carreira. Se você nunca leu, vale super a pena conferir!


Entre os comentários nos posts, a gente teve a oportunidade de se encontrar e debater sobre o Futuro das Carreiras e do RH em diversos eventos.


Um deles foi esse Debate que tivemos na ConTalento desse ano. Nesse link você pode conferir 6 ideias que compartilhei sobre Carreira nesse Painel.


Nessa edição do "5 Perguntas sobre o Futuro", tivemos a oportunidade de falar sobre:


> O Futuro do Trabalho.

> O significado de Carreira hoje e nos próximos anos.

> Quais serão as características das Organizações que terão Sucesso nos próximos anos.

> O Futuro do RH.


Vale a pena conferir o papo!


Além de grande experiência como Executivo de RH em organizações como Schincariol, Grendene e Grupo Baumgart, o Gustavo é Investidor Anjo e é Membro do Conselho do Grupo Malwee.


Confira! :-)


1. Gustavo, você tem estudado muito sobre o Futuro do Trabalho. Já atuou em organizações de diferentes portes e hoje atua em uma empresa de alta tecnologia voltada para o mercado financeiro. Qual a sua visão sobre o Futuro do Trabalho nos próximos anos?


Acredito primeiramente que o entendimento sobre o que é trabalho mudou. No passado percebia que o trabalho era confundido com emprego.


O presente e o futuro nos mostra que de fato trabalho começou a ocupar o seu verdadeiro sentido, que é o de transformação, criação de valor e busca de propósito.


Com isso, ter um trabalho, ou seja, poder transformar, criar valor e ter um propósito, exigirá e exige das empresas um ambiente e uma cultura organizacional muito clara e inspiradora, mas principalmente fará com que os trabalhadores tenham maior clareza do que eles buscam, pois muitos buscavam apenas um emprego e não trabalho.


Por eu digo que Plano de Carreira é igual plano de vida, ambos andam de mãos dadas.


É comum eu receber solicitações de pessoas buscando empregos, e retorno com perguntas que envolvem uma clareza de qual trabalho elas gostariam, e em mais de 90% dos casos esta clareza não existe.


Além disso, vejo que o futuro do trabalho será um grande blockchain de talentos. Profissionais não mais trabalhando 100% para uma única empresa, mas sim trabalhando para duas ou três ao mesmo tempo.

Este ecossistema reduz despesas e amplia conexões / oportunidades de negócios.


Por exemplo: Em uma semana, um profissional poderia trabalhar 2 dias em uma empresa de bens de consumo. Um outro dia em uma empresa do segmento varejista e outros dois em uma empresa farmacêutica.


Conseguiria com isso conectar o produto da farma com a estratégia de logística da de bens de consumo e vender o mesmo produto no canal varejista ... que oportunidade para este profissional e para estas empresas, hein?!!!


Entretanto, neste contexto, os profissionais num mundo que só muda, terão que aprender desenvolver melhor o seus networkings, assim como a aprender a aprender, e principalmente aprender a desaprender.


2. E o que muda no tradicional significado de “Carreira”?


Carreira está conectada com estrada, caminho e muitas vezes estreito.


Carreira, neste mundo que se transforma a cada dia, está relacionada a conquistar, a viver, a experimentar, a conhecer “espaços” organizacionais.


Devido a isso os tradicionais planos lineares de carreira deixam de existir, e os mapas de carreiras começam a surgir.


O caminhar nestes mapas está muito relacionado ao protagonista e a autogestão de carreira, do que os modelos antigos onde as estruturas organizacionais “puxavam” os profissionais com os famosos "depois de 2 anos como Analista Júnior, você se torna Analista Pleno".


Alguns estudam apontam que as crianças que nasceram a partir de 2017 terão, no mínimo, 5 carreiras e 11 empregos.

O planejamento de vida que vai direcionar o planejamento de carreira, a busca pela transformação, pela criação de valor e pelo propósito vão guiar as pessoas neste novo contexto, e isso está impactando não só os profissionais, mas a forma das empresas gerirem talentos e o papel da área de RH.


3. Gustavo, na sua visão, qual será o grande diferencial das organizações que terão sucesso daqui pra frente?


Para mim, o grande diferencial das organizações não apenas será, mas é a sua capacidade de aprender com rapidez os conhecimentos coletivos que gerarão valor aos seus negócios no futuro.


Quanto mais rápido ela se antecipar as demandas futuras por meio dos seus times, mais ela conseguirá a dianteira dos negócios.


Este diferencial para mim é conseguido por meio de um ambiente de alta aprendizagem construído pela liderança, onde errar faz parte do processo (erre rápido e barato). E também de conexão com as “periferias”, local onde mudanças começam antes de todos perceberem...

Temos que ampliar nosso ecossistema de aprendizagem e nos darmos o “luxo” de experimentarmos novas experiências.


Por isso creio que “viver” culturas de start up é um fundamental para o profissional do futuro... e acredito que tudo contido nesta resposta, a minha nova empresa, a Captalys, tem me ajudado muito a aprender e me conectar com outros ecossistemas.


4.E qual o Futuro do RH nesse contexto?


O futuro do RH é antecipar-se a tudo isso, e ser exemplo desta mudança, começando por nós mesmos com a autogestão das nossas carreiras.


Digo que os RHs são filhos de sapateiros de pés descalços, primeiro cuidamos dos outros, da empresa e depois de nós, isso tem que inverter, pois só assim conseguiremos provocar as mudanças necessárias.


Acredito também que o foco do RH deveria ser trabalhar e gerir: SONHOS, TALENTOS e CULTURA.


5. Como você faz para se autodesenvolver e realizar a autogestão da sua carreira?


Primeiro, acredito que tenho uma ótima e maravilhosa rede de contatos. Construí e mantenho com muito carinho o meu networking. E utilizo bastante esta estrutura de pessoas e empresas para me abastecer de informações, conhecimentos e tendências (creio que estou sempre bem atualizado).


Outro ponto importante é que eu não tenho vergonha de dizer que "eu não sei", e principalmente de me dar a oportunidade de provar novos sabores, conhecer novos lugares, me conectar com pessoas e conhecimentos diferentes aos meus.


Tenho claro que planejamento de vida e planejamento de carreira são as mesmas coisas, por isso invisto ($) muito em meu desenvolvimento, mesmo quando este investimento não pode vir das empresas em que atuo ou atuei.

***


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