Iniciamos na semana passada a 4a temporada do nosso "5 perguntas sobre o futuro" com um papo incrível com o José Renato Rodrigues, VP Corporativo e de RH da CTG Brasil. Hoje, temos a oportunidade de conhecer as visões e insights da Noelia Cordero, RH da Nokia para a América do Norte e América do Sul.
A Noelia e tem uma longa experiência na Nokia, liderando ações de RH em diferentes países e em outras grandes organizações como PwC e Parker. Tivemos a oportunidade de atuar juntos no RH na época que trabalhava Nokia.
Muita gente pode estar se perguntando: "Ué, mas a Nokia não acabou?". Na verdade, a Nokia sempre teve duas divisões. A mais conhecida delas era a divisão "mobile" - cujos produtos eram dominantes no mercado até a chegada do iPhone. Essa divisão é que acabou sendo vendida para a Microsoft há alguns anos.
A outra divisão, não tão conhecida pelo grande público, era a divisão "Networks" - provendo novas tecnologias e serviços para as operadoras de telefonia. Um exemplo desse tipo de trabalho na atualidade é o desenvolvimento da tecnologia 5G que vai revolucionar a transmissão de dados nos próximos anos.
Há alguns meses, bati um papo com o WIlson Cardoso, Chief Solutions Officer da Nokia, sobre todos os aprendizados da Nokia durante esse processo de transformação.
Voltando ao papo com a Noelia Cordero, nessa conversa recheada de insights falamos sobre:
O futuro do trabalho e as competências que os profissionais precisarão desenvolver nos próximos anos.
Como a Nokia está preparando suas equipes para esse futuro.
O papel dos Executivos e Líderes nesse processo.
A visão da Noelia obre o futuro do RH.
E as competências do futuro para o RH.
Vamos lá? Confira o resultado desse papo abaixo:
1. Noelia, na sua opinião, como será o futuro do trabalho e quais são as 5 principais competências que as pessoas devem desenvolver nos próximos anos?
É muito difícil fazer previsões. Há pouco menos de um ano estávamos todos falando sobre a importância da Inteligência Artificial e muitos setores resistiam de alguma forma à automatização. Veja como agora está se tornando um processo básico se você deseja que seu negócio sobreviva...
A pandemia fez com que todos percebêssemos que a Transformação Digital está aqui, não como uma tendência, mas como uma necessidade e que devemos aceitar e nos adaptar. Na minha opinião, o trabalho futuro será pautado pela automação e digitalização e agora mais do que nunca acredito que a remotização veio para ficar.
Na minha opinião, uma competência principal que precisamos trabalhar é a nossa resiliência. Organizações resilientes são mais capazes de responder às interrupções e se adaptar rapidamente às mudanças.
A comunicação é outra competência essencial e necessária, e não significa ter toneladas de e-mails ou preencher o dia com videoconferências consecutivas, mas encontrar uma forma eficaz de se comunicar e manter todos conectados e não ocupados com chamadas de vídeo intermináveis ou inúteis.
Outra área crítica a ser desenvolvida tem a ver com a ética e a necessidade dos líderes de se fazerem perguntas críticas sobre o impacto ético e até mesmo ambiental das decisões de negócios.
Muitas decisões serão tomadas com base em dados e fatos muito objetivos - provavelmente como resultado de uso de Machine Learning. Então, outra competência será a capacidade de entender e usar a IA ao mesmo tempo em que permite que a IA substitua os gerentes como tomadores de decisão, mas não os líderes como os verdadeiros formadores do futuro.
Tudo isso me conecta com uma coisa que para mim é fundamental: o futuro do trabalho é diverso.
As organizações precisarão ser mais ágeis e criativas e isso só é possível através do desenvolvimento de uma cultura realmente diversa e inclusiva impulsionada pela igualdade e não apenas pela realização de eventos isolados apenas pela necessidade de marcar uma caixa.
2. Como a Nokia vem preparando suas equipes para esse futuro?
O futuro, de alguma forma, sempre foi nosso presente. Você provavelmente já ouviu falar que na Nokia “nós criamos a tecnologia para conectar o mundo”.
Não é segredo que, ao mesmo tempo que aderimos aos mais altos padrões éticos, temos promovido a inovação para o amanhã e fornecido tecnologia hoje, tornando as empresas mais produtivas, gerando ambientes mais limpos, locais de trabalho mais seguros, economias mais fortes e tornando a vida das pessoas mais enriquecedora.
A Nokia sempre teve um ambiente de trabalho flexível. O home office já era prática há muitos anos, pois estamos focados no desempenho e não no número de horas trabalhadas.
Nossa cultura é baseada em nosso valores. Esse valores sempre foram os norteadores de todas as nossas tomadas de decisão e em tudo o que fazemos.
A Nokia está totalmente comprometida em investir naqueles que assumem a responsabilidade pelo desenvolvimento das habilidades necessárias para o sucesso. Assim, podemos nos renovar e permanecermos alinhados com a cultura de alto desempenho e integridade que apóia nossa estratégia e metas de negócios.
Nós não apenas nos mantemos informados pelos nossos líderes sobre o nosso negócio, as novas tecnologias, nossas vitórias, nosso roadmap 5G, mas também revisamos e discutimos periodicamente nossos planos de desenvolvimento como indivíduos.
Temos acesso a uma enorme plataforma de soluções de aprendizagem que apóia nosso aprendizado contínuo e desenvolvimento profissional. Além de ter acesso a Programas de Coaching e Mentoring, todos temos muitas oportunidades de praticar o "learning while doing it" e o "on the job training" - tornando mais fácil aprender, executar e compartilhar o aprendizado a qualquer momento.
É assim que todos podemos falar a mesma língua, podendo falar com orgulho sobre nossos produtos e serviços, independentemente do grupo de negócios ou da função.
3. Qual é o papel dos Executivos e Líderes nesta transformação?
Na Nokia nossos líderes têm um papel importante em garantir que a gente entenda e se desenvolva para apoiar todas as iniciativas para melhorar a vida de nossos clientes e das pessoas com nossa tecnologia, sempre preparando o cenário para melhorar nosso core business, que é a conectividade e todas as atividades relacionadas a isso.
Os líderes em geral precisam realmente entender a experiência e o comportamento do cliente, suas jornadas e o impacto nos negócios que as organizações que lideram podem criar.
Tudo isso priorizando o investimento em inovação contínua e o desenvolvimento de suas equipes, porque em uma era de Inteligência Artificial são necessários pessoas mais capacitadas, diversas, bem treinadas e desenvolvidas.
Só assim suas equipes serão capazes de decidir quais dados precisam ser alimentados no algoritmo e fazê-lo "aprender", gerando tendências e possibilitando melhores decisões estratégicas de negócios.
4. Como você vê o futuro do RH?
Agora são os dados que impulsionam a tomada de decisões em quase todas as áreas e no RH não é diferente. Por meio do 'People Analytics', seremos capazes de nos concentrar nos talentos certos a serem desenvolvidos, planejar a sucessão, projetar e implementar planos de remuneração eficientes e impactantes.
Com isso, o RH pode agregar valor alinhado com a estratégia de negócios de nossa organização, ajudando os líderes a cumprir as metas e objetivos acordados.
Isso pode soar como um clichê, mas o futuro é agora, temos que nos adaptar agora, hoje, durante a crise. Se pensarmos em mudar ou desenvolver nossas habilidades após a crise, será tarde demais, pois concorrentes mais ágeis poderão já estar prontos e à frente de tudo que está ocorrendo.
Eu disse isso em alguns posts e até mesmo durante chats off-line com alguns outros colegas de RH: estamos vendo um "tempo sem precedentes". Isso faz com que o RH também precise pensar no futuro e se preparar. Não só para suportar os novos produtos e serviços que este "nova normalidade" trará, mas também os novos modelos de negócios e as novas formas de trabalhar que vão surgir.
5. Para que esse futuro aconteça, quais são as competências que os líderes e profissionais de RH devem focar a partir de agora?
O RH precisa transformar e tirar o máximo proveito do 'People Analytics' para se tornar mais estratégico.
Será exigido de nós sermos mais ágeis, ter um conhecimento profundo da estratégia de negócios e do ambiente externo, usar nosso networking, sermos mais flexíveis, corajosos e aprender a trabalhar com dados.
Também precisaremos explorar as competências críticas que os funcionários precisarão para colaborar digitalmente e estar preparados para alinhar as estratégias de 'Employee Experience' com esta nova realidade.
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