Li recentemente um artigo muito bacana na Harvard Business Review sobre a necessidade de tornar a jornada de mudança cultural em um movimento.
E o que seria um movimento?
Um movimento começa com uma insatisfação com o status quo. Essa insatisfação crescente leva a uma necessidade de mudança.
Essa necessidade de mudança se transforma em movimento quando alguém fornece uma visão e um caminho concreto para resolver aquele problema.
Um movimento mostra que a mudança está ao alcance das pessoas. E principalmente: mostra que é uma mudança que pode ser realizada.
O texto me lembrou bastante do movimento que a Apple realizou após o retorno de Steve Jobs à Apple em 1997.
No caso da Apple, como já contei por aqui nesse post, a insatisfação era clara e notória por conta dos prejuízos bilionários que a empresa vinha acumulando até aquele momento.
Em seu retorno, Steve Jobs passou as primeiras 8 semanas conversando com clientes, líderes e equipes para compreender sua estrutura, sua linha de produtos e a percepção do mercado em relação à empresa.
Após essas conversas, ele decidiu reunir um grupo de funcionários para apresentar o seu diagnóstico e o mais importante: a sua visão de futuro para a empresa.
Se você nunca viu esse vídeo icônico, é só apertar o play abaixo!
No vídeo, ele compartilhou com as equipes e líderes ali presentes que, ao longo daquelas semanas, ele havia encontrado uma empresa complexa, com uma extensa e confusa linha de produtos.
Além disso, ele informou que apresentaria, em primeira mão para todos, um vídeo que marcaria a grande transformação da empresa dali para frente.
Um vídeo que não era só um propósito ou um conjunto de valores. Não era uma visão ou uma missão. Não eram apenas palavras. Era a representação de um verdadeiro movimento de transformação da Apple.
Como já compartilhei em um outro post aqui, a empresa vinha de prejuízos bilionários e estava à beira da falência. Ao apresentar o icônico comercial que seria veiculado em alguns dias em cadeia nacional, Jobs trouxe a visão de futuro e um caminho concreto para a transformação da empresa.
"Pense Diferente. As pessoas que mudam o mundo são aquelas que fazem a mudança acontecer."
Essa foi a mensagem que sintetizou o movimento. Mas essa mensagem não sairia do papel se não fosse acompanhado de ações e exemplos concretos.
É preciso demonstrar o movimento em ação. A mudança de cultura só acontece quando as pessoas percebem as palavras se transformando em ações e gerando resultados concretos.
Na mesma reunião com seus funcionários em 1997, além de apresentar o vídeo inspirador, Steve Jobs anunciou que 70% da linha de produtos seria cortada de imediato.
E anunciou, nessa mesma reunião, que uma nova linha de produtos seria lançada para mostrar, de forma concreta, o quanto aquele movimento iria transformar o mundo da tecnologia.
E, de fato, não só mudou. A Apple revolucionou diferentes mercados. Mais do que um propósito, a Apple criou um movimento para deixar um legado e uma transformação em diferentes mercados.
E as empresa que já possuem uma performance fantástica no presente? Isso significa que elas terão menor efetividade em suas ações de mudança cultural?
Nesses casos, a melhor forma de considerar esse tema é aproveitar o momento positivo para ir além do resultados do presente. Pode ser um excelente momento para organizações que queiram criar o seu futuro e manterem-se relevantes em seus mercados.
É preciso, no final das contas, que haja uma motivação e um desejo claro para essa mudança. Caso contrário, tudo se resumirá a atividades sem importância para os líderes e equipes.
Para ter sucesso, uma jornada de transformação cultural precisa se transformar em um movimento que conecte toda a empresa.
É preciso um propósito único que faça as pessoas se moverem em torno de uma única direção, indo além de ter um senso de urgência. Para ter um compromisso genuíno das pessoas, elas precisam sentir um profundo desejo de mudança
Um grande abraço e até a próxima! :-)
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