* Esse post foi publicado originalmente aqui no Blog da FUTURO S/A em Novembro de 2018.
Quem não gosta de respostas? A gente cresceu aprendendo que, para avançar na vida, a gente tinha sempre que saber as respostas.
Lembra daquela sensação de responder a uma pergunta que só você sabia?
Daquela nota 10 na escola, daquela reunião de trabalho em que só você sabia aquela informação, aquele dado. Respostas serão sempre importantes. Em especial, para problemas e desafios que ainda não temos as soluções.
O problema é que boa parte das "respostas" que nos acostumamos a dar se referem a problemas conhecidos. Desafios já explorados. Conhecimentos que estão, em sua maioria, disponíveis em 2 segundos aí no seu celular.
Respostas desse tipo vêm se tornando commodities.
Qualquer um tem acesso. De forma rápida e em múltiplos formatos.
Ter as respostas certas continua sendo valorizado.
Na escola, na faculdade, nas empresas... mas só tem pequeno problema:
Estamos vivendo uma era com tantas incertezas que o que menos vamos encontrar são respostas claras e absolutas para os desafios que teremos pela frente.
Não vai dar pra dar um Google para saber as soluções para os desafios de um mundo incerto, complexo, ambíguo e totalmente imprevisível.
Nao vamos conseguir dar as respostas de forma tão fácil para os desafios, interrelações e possibilidades que as novas tecnologias vão nos proporcionar.
Imagine tudo que já esta surgindo nas areas de Inteligência Artificial, Blockchain, Assistentes Virtuais, Chatbots, Realidade Aumentada, Robôs, Internet das Coisas, Realidade Virtual, Big Data...
E tudo isso conectando-se entre si e gerando impactos gigantescos nos negócios, na criação de novos produtos e soluçoes, nas Organizações, na Economia, na Sociedade, na forma como trabalhamos, na forma como aprendemos, nos formatos de trabalho...
Para encontrar as respostas e soluções para esses desafios, a gente vai precisar aprender a fazer algo a qual não fomos ensinados.
Ao invés das RESPOSTAS já estabelecidas, provadas e inquestionáveis, vamos precisar fazer as PERGUNTAS certas.
Vamos precisar trocar o velho caminho das respostas certas e absolutas por um mundo de possibilidades e oportunidades. O mundo das perguntas.
Sairão na frente aqueles que já estão fazendo as perguntas que ninguém ainda pensou.
E isso vai demandar uma mudança em nosso modelo mental. Precisaremos reaprender a ser exploradores de possibilidades, descobridores de oportunidades.
Algo que nossos antepassados sempre fizeram muito bem, mas que bloqueamos nos últimos 200 anos...
Criamos o modelo industrial, massificado, previsível, repetitivo para criar produtos iguais para todos.
O mesmo pensamento foi usado para formatar o jeito com que trabalhamos: a empresa divididas em áreas, cada profissional especializado em cada uma dessas áreas, cada um responsável por um pedaço, mas com pouca gente fazendo a conexão com o todo...
E esse modelo industrial também gerou impactos na forma como aprendemos: disciplinas separadas, que não se conectam e nao se relacionam, o professor fala, dá as respostas, o aluno memoriza e repete as mesmas respostas na prova...
Na era digital, o mundo é não-linear, incerto, multifacetado e imprevisível.
Fica fácil de perceber que o modelo não combina com o que vem pela frente. Ou seja: vem mudança grande por aí...
Temos o poder de desenhar esses novos caminhos.
Como? Fazendo Perguntas, Explorando possibilidades, desafiando os processos, liderando a mudança.
Peter Diamandis é um dos fundadores da Singularity University, a já famosa escola de futurismo com base no Vale do Silicio.
Em um dos seus posts recentes, ele comentou sobre sua preocupação com a educação dos seus filhos nessa mudança de era que já estamos vivendo.
E revelou um hábito interessante que faz diariamente com seus filhos. Como todo pai, todos os dias ele convesa com eles no caminho para a escola. Só que ele faz algo diferente. Veja:
Nos acostumamos a valorizar as respostas. E acabamos buscando cada vez mais as respostas fáceis. Nao é à toa o crescimento dos livros de auto-ajuda.
Mas você sabe: estamos vivendo numa nova era. Uma era em que serão as perguntas que vão gerar as ideias e as respostas para os novos desafios que teremos pela frente.
As melhores perguntas são as abertas, aquelas que vao além do sim e do não. Elas possuem um componente importante para essa nova era: elas convidam as pessoas a participarem da solução.
Perguntas abertas são investigativas. Elas geram insights. E são naturalmente colaborativas. Produzem trabalho em equipe. E engajam as pessoas. Afinal, ninguém gosta de deixar uma pergunta sem resposta... E quem não curte um desafio, né?
Então, procure refletir sobre o seu dia-a-dia, o seu trabalho... seu diálogo é mais focado em dar mais respostas ou em fazer mais perguntas?
Serão as perguntas que vão nos ajudar a criar novos caminhos e abrir novas portas nesta nova era.
Bem-vindo à era das perguntas! Bem-vindo à era de novos caminhos e possibilidades.
Afinal, como dizia um famoso (e antigo) comercial do Canal Futura:
Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas!
Um abraço e até a próxima! :-)
Comments