Algumas empresas que querem transformar suas culturas acabam buscando receitas ou fórmulas prontas sobre como desenvolver uma nova forma de atuar.
Mas há 2 elementos que são importantes para empresas que estão nessa jornada de transformação:
O primeiro ponto é que não existem fórmulas.
O que funcionou na empresa A não significa que vai funcionar na empresa B.
São equipes, líderes, mercados e contextos diferentes. Entender o que outras empresas fizeram pode render algumas lições, é claro. Mas não vai lhe proporcionar um manual com os "x" passos para transformar a cultura da sua empresa.
O segundo elemento é que essas transformações não acontecem de uma hora para outra. Elas são frutos de pequenos hábitos que seus líderes e equipes praticam no dia a dia: a forma de conduzir reuniões, a forma de se comunicar, de colaborar, de tomar decisões, etc.
São pequenos hábitos que poucas organizações prestam atenção, mas é exatamente a mudança nesses pequenos hábitos que geram impacto exponencial. São esses pequenos hábitos que vão acelerar ou bloquear processos essenciais de mudança.
Normalmente relacionamos os grandes resultados a grandes ações e revoluções. E não prestamos atenção naquele 1% de melhoria diária que realizamos.
No último post que publiquei aqui no Blog, eu falei um pouco da jornada de transformação cultural da Microsoft. Um dos elementos-chave dessa jornada foi mudar a forma de pensar e de atuar dos líderes.
O desejo de Satya Nadella era deixar de ser uma empresa composta de profissionais que "sabem tudo" (know-it-all attitude) para tornar-se uma organização com profissionais que "aprendem tudo" ("learn-it-all attitude").
Isso se refletiu em mudanças de pequenos hábitos na forma de se comunicar e de tomar decisões. Veja, por exemplo, um símbolo real na Microsoft de mudança de algo que fazemos todos os dias em qualquer empresa: a forma de conduzir suas reuniões.
É claro que não foi a forma de conduzir reuniões que transformou a cultura da Microsoft. Foi uma combinação de diversos mecanismos que atuaram em conjunto.
O grande aprendizado dessas pequenas ações é que a transformação não é algo que acontece de uma hora para outra. O grande segredo é a consistência da prática desses PEQUENOS HÁBITOS em uma organização.
No livro "Hábitos Atômicos", James Clear compartilha diversos exemplos sobre o impacto da mudança quando passamos a praticar pequenos hábitos de forma consistente.
E ilustra, através do gráfico abaixo, um exemplo simples do impacto que esse 1% diário de melhoria pode gerar.
Faça a conta: ao melhorar 1% todo dia ao longo de um período de um ano (ou seja, 365 vezes 1%), você vai se tornar, ao final desse período, aproximadamente 37 vezes melhor do que antes naquela prática.
Pequenas mudanças de comportamentos praticadas de forma consistente produzem resultados exponenciais.
Porém, o grande desafio é que os pequenos hábitos não geram resultados significativos no curtíssimo prazo. E isso faz com que muitos decidam parar.
Isso vale, por exemplo, para as pessoas que começam uma atividade física para entrar em forma. Como as pessoas não veem grandes resultados no início, acabam desistindo.
Por isso, a forma mais efetiva de mudar hábitos NÃO é focar nos resultados que você quer alcançar. É focar naquilo que você deseja se tornar!
O objetivo da sua empresa não é vender mais.
É se tornar a empresa que mais gera valor para os clientes em seu mercado.
O objetivo da sua empresa não é reter talentos.
É se tornar uma empresa que as pessoas tenham o desejo de trabalhar.
O objetivo da sua empresa não é ser inovadora.
É se tornar a empresa que cria as melhores soluções para resolver os problemas dos seus clientes.
Os comportamentos dos seus líderes e equipes serão reflexo da IDENTIDADE que você deseja criar para a sua organização.
A propósito, a palavra "identidade" tem origem no latim essentitas (que significa ser) e identidem (que significa repetidamente. Ou seja: identidade pode ser traduzido como "ser que repete".
Portanto, uma jornada de transformação ou mudança cultural traz, em sua essência, uma mudança na forma de fazer as coisas. É algo que vai demandar uma mudança nos hábitos que os líderes e equipes fazem no dia a dia.
Mas como realizar essa mudança de hábitos em escala, em todos os níveis da organização?
Em um mundo rodeado por inovações e novos modelos de negócios, o que mais ouvimos atualmente é sobre como empresas podem escalar seus negócios. Mas ainda é raro vermos líderes que têm a mesma preocupação sobre como escalar a cultura de uma empresa.
Saber como escalar, desenvolver e transformar a cultura de uma organização é apenas um dos temas que abordo no meu novo livro.
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