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Foto do escritorAndré Souza

O problema de focar apenas em melhores práticas para inovar

Quantas vezes na sua carreira você já participou de uma reunião e alguém sugeriu "fazer benchmarcking para identificar as melhores práticas do mercado?


Mas será que buscar as "melhores práticas" é realmente o melhor caminho para quem precisa INOVAR?


Será essa a melhor opção para inovarmos na velocidade que a Era Digital vai demandar?



A primeira coisa que as pessoas pensam quando se fala em melhores práticas é buscar referências de outras empresas que já estejam fazendo aquela ideia acontecer.


Você conversa com um monte de empresas sobre como elas colocam essa ideia em ação... Elas apresentam o que estão fazendo. E, por fim, você talvez venha a utilizar uma ou duas dessas ações para fazer a sua ideia acontecer.


Mas, que tal fazer uma reflexão?


Ao fazer isso, você está buscando realmente a MELHOR forma de fazer algo?

Ou você simplesmente vai fazer algo que outras empresas já estão fazendo?


Veja: não tem nenhum problema em buscar fazer algo que outras empresas já estejam fazendo. Muito pelo contrário.


  • Isso gera a oportunidade de aprender coisas que a sua organização ainda não sabe como se faz.

  • Faz também com que sua organização tenha um jeito mais rápido de fazer coisas que já existem no mercado.

  • E, além disso, as melhores práticas permitem que sua empresa minimize os riscos para executar uma ação nova na sua empresa...


Tudo isso pode ajudar a sua organização a transformar uma ideia em ação concreta.


Por outro lado, lembre-se de que as melhores práticas são ações que já foram feitas por outras empresas.


A conjugação verbal já nos dá a dica: "FORAM FEITAS".

São ações que refletem ações do passado.


Elas se referem a uma realidade que já existe. Elas são o status quo.

Elas fazem todas as empresas ficarem parecidas.

Elas produzem melhorias incrementais.


Elas não miram o futuro.

Elas não criam o novo.

Elas não são inovações.


Colocar o conceito tradicional das "melhores práticas" no centro das suas ações é interessante para melhorias incrementais. Mais uma vez: não há problema nenhum nisso. Talvez dentro da sua empresa isso se torne realmente uma inovação.


Mas, o fato é que sua empresa não estará inovando de verdade - quando comparamos ao que está sendo feito no mercado. Neste sentido, o máximo que pode ocorrer é sua empresa se igualar ao que já está sendo feito no mercado.


Mas será que o que o mercado está fazendo é realmente o MELHOR para a sua empresa? Será que é a melhor forma para fazer a sua ideia acontecer?


Se Thomas Edison fosse buscar as melhores práticas para iluminar um lugar, teríamos talvez uma "super vela" e não uma lâmpada elétrica.


Se Henry Ford fosse fazer um benchmarcking com as principais empresas de transporte da sua época, provavelmente teríamos cavalos ou trens mais rápidos - e talvez não teríamos o carro como conhecemos hoje.


Se Steve Jobs fosse buscar as melhores práticas para conectar o mundo com as empresas de telecomunicações, jamais teríamos o Iphone.


Se Reed Hastings fosse buscar as melhores práticas com as locadoras de vídeo para revolucionar aquele mercado, jamais teríamos a Netflix.


Você pode pensar que estes são exemplos de ícones da inovação.

E que para inovar, de verdade, você precisa ser um gênio como esses caras foram.

E o que resta para nós, mortais, é buscar as melhores práticas.

E que, sem as melhores práticas, não é possível inovar.


Será?


Não dá pra negar que toda grande invenção é uma inovação.

Mas, nem toda inovação precisa ser uma grande invenção.


Inovação é sobre criar novos caminhos, novas estratégias, novos produtos, novos serviços, novas formas de criar valor.


E, para isso, não precisamos ser gênios.

É algo que pode ser feito em qualquer empresa.

Em qualquer área. Em qualquer equipe. E por qualquer profissional.


É uma mudança de modelo mental. Na nossa forma de fazer as coisas.

De não nos limitarmos a uma única forma de gerar ideias e insights para produzir inovação...


Essa mudança de modelo mental não é algo restrito para mentes ultra brilhantes.

Eu já tive a oportunidade de facilitar esse processo de transição para equipes de diferentes áreas e segmentos. E com profissionais de diferentes perfis e senioridade.


O mais importante nessa mudança é a abertura para o novo.


Porque, então, tanta gente busca as melhores práticas para inovar?


O que faz a maior parte das pessoas buscar as "melhores práticas" para inovar tem a ver com a combinação de diversos fatores. Alguns exemplos:


  • Aprender através de exemplos práticos e de forma rápida.

  • Conhecer um método prático e resultados que mostre que aquela ação dá certo.

  • Entender os riscos e aprender com os erros.

  • Ter um parâmetro de referência ao se comparar com o mercado.


O ponto é que dá para fazer tudo isso SEM NECESSARIAMENTE fazer benchmarcking ou buscar melhores práticas.


Até porque, se há empresas que são referências no mercado hoje, é porque elas tiveram que tomar a iniciativa e fazer algo de uma forma diferente, certo?


Afinal, não tinha ninguém fazendo aquilo antes... Não havia melhores práticas!


Na Era Digital, precisaremos criar soluções para desafios que não conhecemos. Precisaremos ser Protagonistas.


Nos próximos anos, vamos precisar criar soluções para problemas que não conhecemos. Desafios que as empresas e as pessoas nunca passaram. Não haverá benchmarckings e melhores práticas de um dia pro outro. E talvez, se esperarmos pelas melhores práticas para tomar alguma ação, poderá ser tarde demais.


Mas não precisamos olhar só o futuro.

Por conta de tudo que já está acontecendo, tudo isso já é uma necessidade HOJE.


Por exemplo: Vamos imaginar que a sua empresa precise criar uma solução nova e estratégica para um desafio totalmente novo. Já que não há como fazer benchmarkings, vamos parar nesta etapa de identificação das melhores práticas?


É claro que não. É preciso ter uma solução, certo?


E o mesmo vale para demandas que não sejam totalmente novas no mercado.

Mas eles, por necessidade da sua organização, precisa ser algo ÚNICO.


Por exemplo:

Imagine qualquer projeto ou solução que precise ter a identidade da sua empresa.

Algo que traga uma mega vantagem competitiva.

Algo que esteja totalmente conectado à sua Estratégia.

E que se conecte à visão, os valores e a sua cultura.

Algo que vá criar o futuro da sua organização,


Aí, nesses casos, vale MUITO a pena aplicar uma abordagem que vá além das "tradicionais" melhores práticas. Vale MUITO a pena INOVAR e bolar uma forma totalmente nova para resolver esse problema.


Nos últimos anos, tenho tido a oportunidade de colocar em ação, nas empresas em que trabalho hoje e onde já trabalhei, uma abordagem que vai bem além do formato tradicional das melhores práticas.


É uma abordagem que traz os benefícios de aprender de forma prática, de minimizar riscos, de agilidade, etc..., mas que não necessita do formato de trabalho tradicional de benchmarcking como conhecemos.


Com isso, é possível INOVAR de forma rápida, prática e com resultados tangíveis.


Não tem nada de revolucionário.

É apenas uma maneira diferente de fazer a inovação acontecer.

No final das contas, o grande objetivo é esse: mudar o modelo mental de quem precisa inovar.


Passando de consumidores de melhores práticas para criadores de melhores práticas.

Ao invés de olhar o que foi feito, olhar para o que poderá ser feito.

E desenvolvendo uma atitude pró-ativa que muda o cenário ao seu redor.


O resultado final é desenvolver a capacidade de nos tornarmos protagonistas.

Em nossos projetos, nas nossas profissões, em nossas áreas, em nossas empresas e no mercado.


Mas isso já é papo para um próximo post...


Um abraço e até a próxima!

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