André Souza

13 de fev de 20194 min

5 Perguntas para Tatiana Godoi, RH Global da Mars nos EUA

Como parte da série de "5 Perguntas sobre o Futuro" tenho o prazer de bater um papo com a minha amiga Tatiana Godoi.

Trabalhamos juntos na Newell Brands há alguns anos.

E hoje tenho o orgulho de vê-la brilhando como Profissional Global de RH na Mars nos EUA.

Para quem não conhece, a Mars fabrica, entre outras marcas, o chocolate "M&Ms" e a linha de alimentação para pets como "Pedigree" e

Batemos um papo sobre uma série de assuntos.

O impacto das transformações na Mars.

O papel dos líderes nessa transformação.

O Futuro do Trabalho e do RH.

E também sobre os aprendizados que a Tatiana vem tendo nessa experiência nos EUA.

Vale conferir!

***

1. Tatiana, como a Mars tem se preparado para todas as transformações que estamos vivendo no mundo dos negócios e do trabalho?

Somos uma empresa muito focada do desenvolvimento de toda cadeia de valor, por isso nossos associados, clientes, comunidade e fornecedores são parte da estratégia de negócios.

A Mars tem procurado se tornar mais ágil a cada dia, para responder de forma mais eficiente às mudanças que estamos vivendo.

Nossa organização é bastante complexa (mais de 100 mil associados distribuídos em 80 países e organizados em segmentos de negócios diferentes) e ao mesmo flat (poucos níveis organizacionais).

Assim, a agilidade no entendimento da necessidade do cliente e na tomada interna de decisão e crucial para respondermos bem às mudanças no mundo atual.

No campo do trabalho estamos investindo fortemente em tecnologia em toda a cadeia e no desenvolvimento de competências de longo prazo em nossos associados (data analytics e design thinking), para que possamos nos adaptar e continuarmos a crescer nesse ambiente cada dia mais competitivo.

2. E qual o papel dos Executivos e Líderes nesse processo?

Nosso modelo de gestão de pessoas está fortemente baseado na responsabilidade do líder.

Ele precisa ser protagonista do desenvolvimento humano e organizacional.

Especificamente quando falamos de processos de transformação, acreditamos que os executivos e líderes têm um papel fundamental como “role models” da mudança, guiando e apoiando seus times em direção ao futuro.

Eles precisam ser preparados para viver e comunicar a mudança de forma positiva.

Sem isso, o processo de mudança, que por si sé que já é complexo, pode se tornar ainda mais difícil e demorado.

3. Depois de anos atuando no Brasil, hoje você atua nos EUA. Quais as principais diferenças? Que aprendizados você está tendo nessa experiência internacional?

Hoje trabalho no headquarters da empresa o que me possibilidade de interagir com varias nacionalidades.

É sem duvida uma experiência muito rica, e tenho procurado aprender e me desenvolver pessoal e profissionalmente em todas as oportunidades de interação com essa diversidade cultural.

Uma das coisas mais importantes que aprendi e tenho aplicado no meu dia a dia é a necessidade de praticar a empatia a cada momento: o “certo” e o “errado” é ainda mais relativo quando lidamos com culturas diferentes da nossa.

Não julgar antecipadamente e tentar se colocar no lugar do outro, entendendo a situação de uma perspectiva mais ampla é fundamental para crescer em ambientes globalizados.

Com o colaborador americano, especificamente, tenho aprendido muito sobre produtividade e foco.

Na minha experiência, ele investe menos tempo em relações sociais no ambiente de trabalho (menos tempo de almoço e no cafezinho são diferenças básicas em relação ao nosso comportamento, e que as vezes sinto muita falta!).

Esse “tempo” a mais é dedicado a fazer as coisas acontecerem, e mesmo trabalhando menos horas no dia você tem a sensação de ter produzido mais.

Além disso, a comunicação e o feedback direto, sempre focados no “que” e não no “quem” são outras características no dia-a-dia por aqui.

4. Qual a sua visão sobre o Futuro do Trabalho nos próximos anos?

O mundo está mudando rapidamente e por consequência o ambiente de trabalho.

A automação em escala cada vez maior e a inteligência artificial estão mudando drasticamente a forma como vemos e exercemos nosso trabalho.

Competição acirrada e expectativas dos clientes cada vez mais altas não nos deixam opção: mudar rapidamente, criando valor e aumentando a produtividade são competências essenciais.

Muitas pessoas terão de mudar de profissão ou desenvolver outras habilidades para continuarem ativas.

Muitos postos de trabalho vão desaparecer e precisamos nos preparar para exercermos atividades que não podem ser automatizadas facilmente.

Simples na teoria e complexo na pratica, principalmente quando nos defrontamos com o baixo nível de educação do nosso país, por exemplo.

5. E o RH nisso tudo? Qual o Futuro da área de RH?

Na MARS o RH exerce um papel super estrategico.

Entendemos o RH como sendo um forte braço do CEO. Junto com Finanças temos o que chamamos de “troika” (comitê de três).

Nesse comitê discutimos todas as principais decisões da empresa, e procuramos analisar cada situação sob uma perspectiva mais ampla, pois pessoas e resultados permeiam toda a organização.

Assim, como os líderes, a área de RH é crucial na preparação da empresa, dos líderes e dos associados para as mudanças no mundo do trabalho.

Preparar a organização para entender a mudança contínua como o “novo normal”, desenvolvendo capabilities de longo prazo (colaboração e “learning agility” são alguns exemplos) é sem dúvida uma contribuição crítica do RH.

Flexibilizar os processos de gestão de pessoas e inclusive propor a eliminação de outros que já não se justificam mais nesse mundo digital faz parte desta transformação.

Se não agregar valor, não precisa existir!

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