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5 lições que o surf me ensinou sobre Carreira e Negócios

À primeira vista, a gente pode achar que Surf e Trabalho não tenham nenhum tipo de conexão. Mas a verdade é que eles são parecidos em diversos aspectos: adaptação rápida a mudanças, experimentar, assumir riscos...


Muito mais do que um esporte, o surf é uma filosofia de vida, que tem me proporcionado muitos ensinamentos e reflexões. Em especial com relação ao Futuro do Trabalho, dos Negócios e das Organizações.



Aprender a surfar sempre foi um dos meus sonhos de menino. Como todo carioca, sempre fui à praia, via os surfistas realizando suas manobras e sempre achei tudo aquilo fantástico.


Mas só fui realmente colocar as mãos (ou os pés!) em uma prancha aos 29 anos de idade. E eu, melhor do que ninguém, posso afirmar que o fator idade pesa na curva de aprendizado em um esporte onde a idade média dos iniciantes é de menos de 10 anos de idade.


É muito difícil descrever as emoções que temos no mar. São altas doses de adrenalina ao descer uma onda, apreensão quando você toma uma "vaca" e paz completa quando você está simplesmente sentado na sua prancha no balanço das ondas e contemplando a natureza à sua volta.


Lição 1: Adaptação rápida às mudanças


No mar, você está sujeito a mudanças bruscas e inesperadas que exigem adaptação rápida. De repente, as ondas podem ficar maiores. Ou elas podem se formar alguns metros antes ou após a sua posição original. E não dá para reclamar com ninguém.


No mar não tem "change management".


Você tem que observar, identificar o que está acontecendo e se adaptar rapidamente às mudanças. Se você não estiver muito atento ao que está acontecendo ao seu redor, você e sua prancha podem ser literalmente engolidos pela mudança.


Nos negócios e em nossas carreiras sabemos que a situação já é e continuará sendo muito parecida nos próximos anos. Novas tecnologias, práticas, novos produtos, novos gestores e novos processos estão surgindo.


Se você não se adaptar às mudanças, você se tornará um profissional obsoleto, perdido no meio de todas as novidades e sem condições de competir com outros profissionais.


Ou seja, as novas "ondas" que estão surgindo no mundo dos negócios podem literalmente te jogar pra fora da praia - quero dizer, do mercado...


Até empresas que são historicamente reconhecidas por seus resultados já estão percebendo que o mundo está mudando - e bem rápido.


Em uma entrevista super recente, o lendário Jorge Paulo Lemann (Inbev, Kraft Heinz, 3G Capital...) trouxe um depoimento bem interessante após participar de uma Conferência sobre "Estratégia e liderança em uma época de ruptura":


Eu sou um dinossauro apavorado, especialmente depois dessa conferência. Eu assisti a um painel sobre alimentos ontem, e eles só falaram em novos produtos e novas formas de produzir alimentos. Depois fui a outro painel, sobre inteligência artificial, e todos falaram muito sobre análise de dados e coisas assim.

E Lemann continuou suas reflexões sobre a necessidade de mudança em suas empresas....


Eu vivia naquele mundo aconchegante de marcas antigas e volumes grandes, em que nada mudava muito, e você podia só focar em ser mais eficiente e tudo ficava bem, e de repente nós estamos sendo ‘disrupted’ de todas as formas.


Se você vai a um supermercado, você vê centenas de novas marcas na prateleira, e o cliente não quer sair mais de casa: ele quer tudo entregue na casa dele... Em cerveja, nós tivemos todos estes novos tipos de cerveja chegando [cerveja artesanal]...


Então nós estamos sendo afetados por tudo. O que estamos fazendo sobre isso? Estamos correndo para nos ajustar. Nossas empresas estavam presas às suas formas de fazer as coisas há muito tempo. (...)


O que estamos fazendo sobre isso? Estamos correndo para nos ajustar. Nossas empresas estavam presas às suas formas de fazer as coisas há muito tempo. Então, na cerveja, nós montamos um departamento totalmente separado: chama-se Zx, e a missão dele é lidar com essas rupturas e ‘disrupt’ nós mesmos.


Quem quiser ver o vídeo completo, clique aqui.


Resumindo: Quem não desenvolver a capacidade de se adaptar rápido não conseguirá sobreviver nos próximos anos. E isso vale para profissionais e organizações.


Um artigo muito bacana da Harvard Business Review diz que a Adaptabilidade é a nova vantagem competitiva. Eu diria que devemos ir até além da adaptabilidade. Nos próximos anos, será importante buscar se antecipar ao que vem pela frente...


Assim como no surf, cada onda é diferente uma da outra. E é necessário se antecipar a cada uma delas para aproveitar tudo que aquela nova onda pode proporcionar.


E então? Considerando todas as transformações nesta Era Digital, qual a próxima onda que você vai surfar nos seus negócios e na sua carreira?


Lição 2: A necessidade de experimentar e assumir riscos


É impossível aprender a surfar sem errar.

Quantas "vacas" um surfista tem que tomar até ele conseguir fazer uma nova manobra?


E isso só é possível porque no surf você não pode ter medo de errar.


Você vai precisar experimentar, tentar...


E mesmo aqueles que já surfam há muito tempo estão sempre experimentando coisas novas... Uma nova prancha, uma nova manobra, um novo local pra surfar...


O que a gente percebe é a tendência de que as Carreiras e os Negócios nos próximos anos estão indo pelo mesmo caminho: Experimentar e prototipar de forma acelerada têm sido o segredo do sucesso de diversas organizações quando se fala em inovação e criar coisas novas...


Experimentar, Prototipar: essa é a linha que outras organizações de diferentes segmentos estão seguindo para poder inovar de verdade. Veja, por exemplo, o número de experimentações do Google, Intuit, P&G, Netflix...


Mas o que vemos, de uma forma geral, são cada vez mais as organizações assumindo MENOS riscos. Empresas experimentando, mas de forma conservadora, de forma bem controlada. Fazendo experimentos com alta margem de segurança.


No final das contas, há muito mais medo de errar do que vontade de acertar.


E qual a razão dessa cultura avessa aos erros? Isso ainda acontece porque, ao longo de muitos anos, a área de "Pesquisa e Desenvolvimento" era a "responsável" pela inovação. Um processo custoso, que levava anos e, é claro, que não podia ter falhas.


O ponto é que, hoje, testar novas ideias é um processo muito mais barato, rápido e fácil - e que pode ser conduzido por qualquer área...


Nos próximos anos vamos precisar criar soluções para problemas que não conhecemos. Desafios que as empresas e as pessoas nunca passaram. E é exatamente por isso que as empresas acima realizam um número absurdamente alto de experimentações. É assim que elas irão inovar de verdade.


Eu falei mais sobre isso em outro texto aqui sobre "O problema de focar apenas em melhores práticas para inovar".


O fato é que o Futuro do Trabalho, em um mundo de incertezas e mudanças rápidas, demandará uma mudança de comportamento. Das organizações e de nós, como profissionais.


Será preciso, cada vez mais, desenvolver nas organizações a capacidade de assumir riscos e explorar novos caminhos.


E isso também vale para todos nós, como profissionais. Quando foi a última vez que você aprendeu e colocou em ação algo novo e que mudava realmente o status quo? Algo que mudava a sua forma de fazer as coisas?


Por anos fomos ensinados a aprimorar processos. Mas isso não será suficiente daqui pra frente. Ser ágil, tomar riscos, errar e aprender com esses erros será essencial na Era Digital.


Experimentar será a tônica nesta nova Era.


Lição 3: Como lidar com a incerteza e com o futuro


Inteligência Artificial, Robôs, Realidade Virtual, Algoritmos....

O que vai acontecer com o seu trabalho? O que vai acontecer com o seu negócio?

Bem-vindo ao mundo de incertezas!


No surf, também estamos envolvidos em incertezas.


Qual o tamanho da próxima onda?

Onde a próxima onda irá surgir? Mais adiante? Mais atrás?

Será que vou conseguir surfar a próxima onda?

Será que algum outro surfista vai surfar em meu lugar?

E se a onda levar a minha prancha?

Será que essa será a melhor onda que você irá surfar na sua vida?

Será que eu posso me machucar se eu pegar a próxima onda?


Como reduzir essa sensação incômoda que a incerteza (naturalmente) nos traz?


PREPARAÇÃO.


Com a natureza, não tem negociação. Só os mais bem preparados sobrevivem.


No surf, não adianta você apenas "querer" ou "sonhar" em surfar uma onda de 2 ou 3 metros. Você tem que estar preparado para isso. Caso contrário, você pode não sair vivo deste desafio.


Surfar uma onda de 2 ou 3 metros vai exigir treinamento técnico, físico e cardio-respiratório que pode demorar meses (e até anos).


Da mesma forma, o que está surgindo pela frente nos próximos anos é uma revolução sem precedentes - e que já começou.


É como se uma onda de 3 metros estivesse começando a surgir lá no horizonte.

Quem vai conseguir surfar essa onda?

Quem tem se preparado para surfá-la?


E você? E a sua organização?

Vocês estão se preparando para surfar quais ondas?

As ondas do passado ou as ondas do futuro?

O maior problema que teremos no futuro não será a falta de trabalho.

O grande problema que precisaremos resolver será a falta de pessoas com as habilidades para realizar os trabalhos do futuro.


E isso será um grande problema para a sociedade, governos e empresas.


Muitas organizações já descobriram o impacto disso no futuro do seu negócio. E estão investindo PESADO em PREPARAR e reequipar seus líderes e times com novas habilidades que vão garantir a sustentabilidade do seu negócio.


Mas nós também precisamos cumprir nosso papel nesse processo. Não podemos ficar esperando a solução venha do governo ou das empresas. Opções para turbinar o desenvolvimento não faltam.


Resistir ao futuro não resolverá o desafio.

As forças e tendências já emergem de diferentes formas.


Estamos vendo a Revolução acontecendo bem na frente dos nossos olhos - e já está dando pra perceber que não será uma transição fácil.


Nessas situações, sairão na frente aqueles que tiverem a coragem de abrir a mente e se preparar para este novo mundo que está surgindo.


Lição 4: A Era das Experiências e do Propósito


O que faz alguém acordar de madrugada para surfar?

O que faz alguém nadar em um mar gelado para subir em uma prancha?

O que faz alguém encarar a força da natureza por alguns segundos de prazer ao surfar uma onda?


Mais do que um esporte, toda a prática do surf é uma EXPERIÊNCIA extremamente positiva, prazeirosa e recompensadora. Combina a parte física, a mente e o contato direto com a natureza.


O resultado após qualquer sessão de surf é o sentimento de plenitude.

E no final das contas, não é isso que a maioria de nós busca na nossa vida?


O surf permite que cada praticante coloque em ação seu propósito de vida.

Há gente movida pelo desafio, de superar barreiras.

Outras, de se conectar e conhecer pessoas.

Há aqueles que amam estar em contato com a natureza.

E outros que buscam essa sensação de plenitude.


E tudo isso está muito conectado com o que já está acontecendo hoje no mundo do trabalho.


A busca por propósito.

O trabalho como expressão das fortalezas e da essência de cada pessoa.


O trabalho como uma jornada de experiências bacanas. Um lugar especial onde é possível encontrar desafios constantes e desenvolvimento.


Todos nós já ouvimos falar do conceito de “Jornada do Cliente” e “Customer Experience”. De forma simples, o conceito traduz a percepção do seu cliente em cada interação que ele tem com a sua marca.


Agora, imagine o mesmo conceito na sua empresa, mas aplicado na sua relação com os seus talentos. Cada contato que a sua empresa tem com um profissional será cada vez mais essencial para a construção da sua marca como um local espetacular para se trabalhar. 


Como você classificaria a sua relação com a sua organização hoje?

É um lugar onde você consegue colocar em ação e expressar sua essência e suas fortalezas?

É um lugar onde você enxerga o seu trabalho como uma jornada de experiências desafiadoras e de desenvolvimento?


Nos próximos anos, Organizações que não focarem suas ações em elementos relacionados a Propósito e a Experiência do Funcionário enfrentarão muitos desafios em atrair e engajar talentos.


Lição 5: Autonomia e Autogerenciamento


No surf, é preciso tomar decisões. Sempre.


Decisões que você precisa tomar sozinho, sem supervisão.

Não há nenhum líder a seu lado. Não há ninguém orientando sobre o que fazer.


Você gerencia a si próprio, tomando decisões com base na sua experiência, no seu conhecimento...


O mundo do trabalho está seguindo cada vez mais essa linha. Estamos vivendo em uma era em que um estagiário tem o mesmo acesso ao conhecimento do mundo que o CEO da empresa.


Onde veremos o surgimento de um número crescente de organizações remotas.


Onde já vemos empresas como a Netflix substituindo as tradicionais políticas de despesas por uma simples frase: "Aja com o melhor dos interesses da empresa."


Onde vemos a própria Netflix e empresas como a Auttomatic (dona, entre outras coisas, do Wordpress) deixando para o funcionário a decisão de quantos dias vai tirar de férias no ano...


Onde você é o responsável pelas suas escolhas. E que as empresas e líderes estarão envolvidos em tantos desafios que precisarão contar com profissionais com a capacidade de trabalhar com muito pouco ou quase nenhum supervisionamento.


Profissionais que sabem gerenciar suas próprias atividades.


Que sabem organizar seu próprio tempo e suas prioridades profissionais e pessoais.


Que trabalham com metas, mas sem que ninguém precise ficar fazendo follow-up para que possa atingi-las ou superá-las.


Responsabilidade com seu trabalho e respeito pelo tempo e atividade das outras pessoas.


Ter uma postura pró-ativa, trazendo suas opiniões e conhecimentos, debatendo, sugerindo e criando esratégias para novas formas de operar...


Tornar-se um profissional que tem a capacidade de trabalhar com muito pouco ou quase nenhum supervisionamento não será diferencial. Será a regra.


Essa habilidade será, em muito pouco tempo, o que é esperado de qualquer profissional - independente do tamanho e do segmento da organização ou dos clientes que a sua empresa atende.


*****************


E para finalizar, não posso deixar de compartilhar um vídeo muito bacana que recebi de uma integrante da minha equipe.


"Porque todo CEO deve surfar" é um paralelo perfeito entre negócios e a filosofia do surf.


São 4 minutos de vídeo que valem super a pena o Play!


Um abraço e até a próxima!



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