* Este texto faz parte do Relatório "Megatendências 2023" produzido pela FUTURO S/A
Assim como as empresas precisam hoje saber como conciliar seu foco e energia nos resultados do presente enquanto inovam e plantam as sementes para o futuro, o RH precisará atuar cada vez mais de uma forma semelhante - indo muito além de se posicionar como uma simples área de suporte.
Os RHs precisarão se tornar RHs Ambidestros - RHs capazes de solucionar os desafios relacionados a tudo que envolve "pessoas" que as suas empresas têm no presente e, simultaneamente, serem capazes de contribuir ativamente para criar o futuro de suas organizações.
Como diz o Dave Ulrich: "O RH desta década vai precisar criar estratégias de pessoas para que o negócio tenha sucesso em seu mercado - hoje e nos próximos anos.
Ou seja: um RH que consiga conciliar os desafios e oportunidades do negócio presente e do futuro.
Mas como fazer isso? Como se tornar um RH Ambidestro?
Neste texto que escrevi em 2022, por exemplo, eu compartilho 8 dados apresentados na revista Forbes que mostram diversas oportunidades que os líderes e profissionais de RH têm para iniciar uma nova forma de atuar.
As oportunidades existem, mas um dos maiores riscos que os profissionais de RH correm é achar que estão fazendo algo que está gerando um mega valor para o negócio, mas que o CEO e as outras áreas da empresa não estejam enxergando esse valor.
Por exemplo: em 2021, realizamos a pesquisa "Raio-X do RH" com mais de 480 Executivos, Líderes e Profissionais de empresas de diversos tamanhos e segmentos.
Analisando as respostas para as 36 perguntas, 1/3 delas apresentaram pontos cegos importantes - com diferença de mais de quase 30 pontos entre a visão do RH e a visão de profissionais de outras áreas.
O item com maior ponto cego foi o seguinte: "O RH conhece muito bem os fundamentos que fazem a empresa gerar resultados: sua estratégia, seu modelo de negócios, seus produtos, como a empresa gera receita, suas despesas, como gera lucro, etc."
75% dos profissionais de RH responderam "SIM" para essa afirmação. Por outro lado, entre os profissionais que atuam em outras áreas, apenas 36% deles responderam "SIM". Ou seja: uma diferença de quase 40 pontos entre o RH e as demais áreas.
Um exemplo de potencial mudança é adaptar a estrutura e o modelo de operação do RH a essas novas demandas.
O modelo de HR Business Partners foi criado por Dave Ulrich em 1997. De lá para cá, o mundo mudou e as necessidades dos líderes e das empresas também mudaram.
Nesse sentido, as estruturas de RH precisarão se adaptar às novas necessidades das organizações.
É essencial que o RH redesenhe sua estrutura organizacional de forma que permita que a área consiga dedicar tempo para exercer os novos papéis que o negócio precisa e atuar de uma forma que vai muito além das atividades operacionais.
Uma outra potencial mudança é na forma de atuar do RH.
Isso também mexe com o perfil de profissionais que vão passar atuar nesse novo modelo. Afinal, a maior parte das pessoas foi preparada para resolver os problemas mais emergenciais do presente - mas não para desafiar o status quo e criar o futuro.
O RH já é reconhecido como a área que cuida das pessoas. Essa é uma fortaleza importante e que precisa permanecer. Porém, o RH desta década, como vimos, vai precisar ir além.
Isso mexe diretamente com as competências dos líderes e profissionais de RH - e no que precisarão focar em termos de desenvolvimento para ter relevância nos próximos anos.
Desenvolver os profissionais que já trabalham atualmente na área de RH para atuar de uma nova forma será essencial, mas é preciso ir além e garantir que a área também conte com mais profissionais de outras áreas e com outras experiências.
Enquanto o RH contar apenas com profissionais que só trabalharam em RH, essa evolução não acontecerá na velocidade que a área precisa.
Uma coisa que eu sempre reforcei muito com minhas equipes quando ainda atuava como Executivo é que o RH é a área mais bem posicionada em toda a empresa para conectar de forma concreta a estratégia de pessoas à estratégia do negócio.
Mas para aproveitar ao máximo todas essas oportunidades, o RH precisa desenvolver uma visão que vai muito além do RH. Uma visão mais ampla de tudo o que o RH faz no dia a dia - e o que precisa passar a fazer nos próximos anos.
O RH mais operacional e transacional que ainda existe em muitas empresas precisará se transformar para dar conta dos desafios de uma nova era.
No final das contas, toda essa jornada não é sobre gerar ainda mais relevância para a área de RH. É sobre criar um RH capaz de solucionar os desafios relacionados a tudo que envolve "pessoas" que as suas empresas têm no presente e, simultaneamente, serem capazes de contribuir ativamente para criar o futuro de suas organizações.
* Este texto faz parte do Relatório "Megatendências 2023" produzido pela FUTURO S/A.
Acesse aqui ou clique na imagem abaixo para baixar gratuitamente o Relatório Completo (34 páginas) com as 5 tendências sobre o futuro do trabalho, dos negócios e das empresas.
Comments