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Clima não é Cultura: porque uma empresa pode fracassar mesmo com times felizes.

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Felicidade no trabalho essencial, mas uma empresa pode fracassar mesmo com times felizes.

 

Parece contraditório, mas isso acontece por uma razão super comum nas empresas: Líderes e RHs confundem Clima com Cultura.


Times podem estar felizes porque o ambiente é leve, acolhedor e sem pressão.

Mas isso não garante:


  • foco no cliente;

  • execução consistente e

  • entrega de resultados.


Nesse post, vou falar de 2 assuntos:


1. A diferença entre clima e cultura.


2. Como uma empresa fracassar mesmo com times felizes.



Então, vamos lá...: qual é afinal a diferença entre Clima e Cultura?


CLIMA é a fotografia do momento.

É a métrica que mostra como as pessoas estão se sentindo hoje.


  • "O time está engajado?"

  • "As pessoas estão satisfeitas?"

  • "O ambiente está positivo?"


Saber disso é importante, é claro.

É muito bom saber se os times estão satisfeitos, engajados e se o ambiente está positivo.

Mas Clima acaba sendo um indicador pontual e superficial.



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Clima é pontual porque pode mudar rapidamente devido a eventos externos ou internos. Por exemplo:


  • A implementação de uma nova política (como o que rolou recentemente no Nubank com menos dias de home office).

  • Um novo modelo de remuneração.

  • A troca de um líder direto.

  • Uma crise momentânea ou um grande sucesso em um projeto.


A pesquisa de clima, portanto, mede o "como nos sentimos agora".


E pesquisas de clima são superficiais porque lidam principalmente com as experiências visíveis e tangíveis do dia a dia. Clima mede os sintomas (ex: satisfação com o salário, com a infraestrutura, com o chefe), mas não as causas profundas.


Felicidade no trabalho é essencial. Um ambiente positivo e um time satisfeito são a base para o engajamento, para a saúde e o bem-estar. O problema é confundir felicidade pontual com performance duradoura nos negócios.


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E Cultura? Qual é a diferença?


CULTURA, por outro lado, não se mede em pesquisas de satisfação, clima ou engajamento. Essas pesquisas são extremamente importantes, mas capturam apenas a temperatura do momento, não a essência sobre como a empresa realmente opera.


Cultura é o conjunto de valores, crenças, narrativas e premissas básicas compartilhadas que foram aprendidas, reforçadas e internalizadas ao longo do tempo. É o que explicamos quando dizemos que Cultura é “como as coisas realmente são feitas por aqui” e não como estão escritas no Powerpoint.


Ao contrário do clima, cultura é profundo, estrutural e de impacto sistêmico.


É profundo porque nasce das histórias dos fundadores, dos líderes e pessoas que ajudaram a construir o sucesso da empresa, dos rituais que se perpetuam, das decisões difíceis e, principalmente, dos comportamentos que são consistentemente reconhecidos, praticados e tolerados.


É por isso que transformar a cultura é muito mais complexo do que "melhorar o clima".


Como digo sempre por aqui:


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E é abrangente porque cultura define identidade e maturidade organizacional. Ela se revela quando fazemos algumas perguntas mais desafiadoras:


  • Quem é promovido mais rápido?

  • Quem é demitido?

  • Que tipo de erro é perdoado? E qual é punido sem clemência?

  • Que conversas acontecem nos corredores e jamais nas reuniões?

  • Quais valores realmente prevalecem quando há pressão, urgência e conflito?

  • O que as pessoas fazem quando ninguém está supervisionando?


A cultura molda o clima. Mas o clima é apenas o reflexo imediato das forças (ou fragilidades) de uma cultura.

No final das contas, medir clima é sempre importante. Mas conectar a cultura com a estratégia do negócio tem o poder de transformar os resultados de uma empresa.



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Como uma empresa pode fracassar mesmo com times felizes.


Pesquisas de clima são importantes para sentir o pulso da organização, mas elas carregam um risco grave: o "falso positivo".


Mesmo que os resultados da pesquisa mostrem números altos de satisfação das pessoas e um ambiente "positivo", esses indicadores não refletem a realidade profunda da cultura.


Você pode ter índices altíssimos de satisfação e, ainda assim, pode ter uma cultura que esteja impactando negativamente uma empresa por dentro.



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3 exemplos de como uma empresa fracassar (mesmo com times felizes)...


Exemplo 1: A cultura de "meta fácil".


Imagine um resultado positivo de 90% na pesquisa de clima. À primeira vista, o dado do time satisfeito e feliz é um dado incrível.


Mas se essa satisfação vem de metas fáceis e alcançáveis sem esforço, pode ser que se desenvolva na empresa uma cultura de mediocridade ao longo do tempo.


A cultura dessa empresa será a de um lugar onde ninguém é desafiado, onde ninguém precisa fazer mais, onde ninguém cresce.... Imagina o problemaço!


A consequência: A concorrência vai adorar ter empresas com essa cultura. Ela vai abocanhar facilmente bons pedaços do seu mercado enquanto as equipes estão trabalhando em rotacão baixa.



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Exemplo 2: A cultura do "sempre fizemos assim".


Se o clima está ótimo porque todos se sentem confortáveis com a previsibilidade e a ausência de mudança, isso também vai gerar, em algum momento, desafios grandes para uma empresa.


A consequência: Zero inovação, zero mudanças. A empresa vai perdendo a competitividade pois trabalha de uma forma que fazia sucesso há 5 anos, mas que não faz mais sentido para a realidade de hoje.


Exemplo 3: A Cultura do Baixo Padrão.


O engajamento é alto porque ninguém cobra nada de ninguém. Não há consequências para o trabalho medíocre nem recompensa para conquistas excepcionais.


Consequência: Isso pode gerar perda de profissionais de alta performance, gerando impacto nos resultados. Além disso, quando o mercado apertar, você descobrirá que construiu um time de pessoas satisfeitas, mas que não entregam.


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Pesquisa de Clima não é Pesquisa de Cultura.


Como você já deve estar percebendo, se você precisa transformar cultura de verdade, pesquisas de clima não vão servir muito para você.


Uma pesquisa de clima não vai conseguir revelar:


  • As crenças inconscientes que determinam como as decisões são realmente tomadas.

  • Os comportamentos que são tolerados (e lembre-se: cultura é o que você tolera).

  • As contradições gritantes entre o discurso oficial e a prática diária.


Para isso, você precisa de ação e observação profunda:


  • Observe: Quem você está promovendo, contratando e demitindo (e por quê)?

  • Identifique: Quais comportamentos negativos você está tolerando?

  • Reconheça: O que é realmente valorizado, praticado e reconhecido na prática?

  • Analise: Nas decisões difíceis, quais valores prevalecem quando há conflito ou dilemas?

  • Questione: A satisfação do seu time vem de conforto ou de desafios reais?



Em resumo...


Clima não é Cultura. E essa confusão conceitual explica por que tantas empresas podem fracassar mesmo com times felizes.


O clima revela como as pessoas se sentem, mas não mostra como a organização funciona de verdade. E é nessa diferença que muitos negócios se perdem.


Um time satisfeito pode estar apenas confortável, operando sem disciplina, sem foco no cliente, sem velocidade ou coragem para tomar decisões difíceis. Em muitos casos, a felicidade reflete conforto, e não necessariamente resultados.

E, como vimos, um clima positivo pode facilmente mascarar problemas culturais profundos: metas fáceis e baixa exigência, líderes fugindo de conversas difíceis, decisões lentas, falta de accountability e tolerância à mediocridade.


Ou seja, o clima pode dizer “está tudo bem”, enquanto a cultura está silenciosamente corroendo a competitividade do negócio.


Quando uma empresa confunde Clima e Cultura, seus líderes podem até se sentirem bem e acharem que estão fazendo um excelente trabalho… mas felicidade é apenas parte da equação.


E esse é o ponto: felicidade sem resultado ao longo do tempo pode virar acomodação.

E acomodação, no longo prazo, cobra um preço alto para a empresa e para as pessoas.


Quando a empresa não lhe desafia, você não cresce. Quando líderes não sobem a barra, o seu talento não evolui. E, no final das contas, a sua carreira também não avança.

Um ambiente super “positivo”, mas pouco exigente, pode sabotar a trajetória dos próprios profissionais. Talentos que se acostumam ao conforto acabam perdendo competitividade no mercado sem perceber.


No final das contas, confundir Clima com Cultura não impacta apenas negócios.

Essa confusão pode impactar carreiras.


Quem na sua rede precisa ler esse artigo?

Se você curtiu esse conteúdo, compartilhe com pessoas que precisam conferir esses insights!



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Sobre o autor


André Souza é fundador e CEO da FUTURO S/A, consultoria que ajuda a realizar transformações na cultura, na estratégia e no RH de grandes empresas.


Ao longo de sua carreira, André atuou como Executivo de RH liderando equipes e projetos na América Latina, EUA e Europa em grandes organizações como Bayer, Monsanto, Coca-Cola Company, Newell Brands & Nokia.


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André é formado em Administração pela UERJ e Mestre Acadêmico em Administração de Empresas pela PUC-Rio.


Além disso, possui certificação internacional como Master Trainer da StrategyTools na Noruega e em “Futures Thinking & Foresight” pelo Institute for the Future em Palo Alto, na Califórnia (EUA);


André é autor de 4 livros:


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