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5 Perguntas sobre o Futuro para Artur Vilas Boas, Fundador da Future4



Meu convidado para a série "5 Perguntas sobre o Futuro" dessa semana é o Artur Vilas Boas, fundador da Future4 e que liderou por muitos anos o Núcleo de Empreendedorismo da USP.


Eu conheci o Artur ano passado, quando ainda era Executivo de RH na Bayer. Naquela oportunidade, eu moderei um Painel sobre Inovação com a participação de Empresas, Start-ups e o Mundo Acadêmico.


E o Artur, como Coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da USP era exatamente o condidado representando as ações do mundo acadêmico na área da Inovação e do Empreendedorismo.


Continuamos em contato e tivemos a oportunidade de bater um papo recentemente. O Artur tinha excelentes notícias, pois ele estava fundando a Future4. Se você não conhece ainda, clique aqui.


A Future4 forma profissionais para atuar na área de Tecnologia. Mas, com um diferencial: o participante só paga o curso após estar empregado.


Bom, o Artur vai explicar melhor nesse papo, onde falamos, por exemplo:


  • Da aproximação das Universidades com as startups.

  • O Futuro das Universidades e do Mundo Acadêmico.

  • Sobre a FUTURE4, sua startup recém-criada.

  • E sobre a visão do Artur sobre o Futuro do Trabalho.


Confira porque está super bacana!


1. Artur, na sua atuação no Núcleo de Empreendedorismo da USP, você tem se envolvido bastante no mundo das startups... esse tipo de aproximação das Universidades com os ecossistemas de Inovação e Startups é super comum no exterior (MIT, Berkeley, na Finlandia, na China...). Quais os benefícios que você vê na aproximação desses universos?

A universidade pode exercer um papel super importante em ecossistemas de inovação e startups. Esse foi inclusive um dos tópicos da minha dissertação de mestrado.


Algumas das principais funções, a meu ver, são:


  • Formação de capital humano qualificado, não somente formando empreendedores, mas também formando talentos para trabalhar em startups;

  • Disponibilidade de espaço físico para empresas nascentes e eventos que construam uma atmosfera vibrante na região;

  • Transferência de conhecimento conectando pesquisadores com empresas inovadoras;

  • Produção de conhecimento de modo a tornar a sociedade mais crítica e bem informada.


Essa aproximação está no coração dos grandes ecossistemas - um exemplo é a fundação da HP, na Califórnia.


Os sócios, Hewlett e Packard, foram conectados por um reitor de Stanford, prof. Terman, considerado "o pai do Vale do Silício".


Da mesma Universidade saíram empresas como Google e Cisco, oriundas de pesquisas acadêmicas que foram bem direcionadas ao mercado.


2. Na sua visão, qual é o Futuro das Universidades e do mundo Acadêmico?

Há muita pressão por mudanças nesse mundo, especialmente em um contexto nacional.


O primeiro motivo é por muitas delas realmente não terem construído um ethos atento às demandas sociais, ficando presas em burocracias e jogos de poder e se enclausurando em uma bolha desconexa do mundo real.


O segundo motivo é basicamente por ser difícil comunicar os avanços científicos à sociedade: a ciência, infelizmente (ou felizmente), é muito incerta e, às vezes, leva tempo para se provar.


Por mais que haja avanços, a sociedade não fica sabendo.


Para combater esses desafios, penso que o futuro das Universidades, se seus gestores e comunidade decidirem se movimentar, pode envolver as seguintes mudanças:

  • Criação de programas que dialogam mais com o mercado, como os "translational programs", que voltam-se para traduzir a pesquisa acadêmica junto ao mercado, alinhando demanda concreta com ciência de verdade (Harvard, Stanford e MIT dominam bem essa arte);

  • Redesenho de seus meios de comunicação, não se limitando aos artigos acadêmicos. Canais de youtube, eventos à TED, blogs, infográficos e outros modelos poderão se tornar canais efetivos de comunicação, permitindo que a sociedade se beneficie como um todo e, quem sabe, quebrando os muros que separam as universidades do mundo real.

3. Você fundou recentemente a FUTURE4. Conta um pouco pra gente sobre essa iniciativa! Qual foi a inspiração para a criação da FUTURE4?

Vou começar pela inspiração.


Como coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da USP, vi a enorme demanda por desenvolvedores(as) que as startups tem hoje - com tendência a aumentar bastante nos próximos anos.


Ao mesmo tempo, eu via um modelo de formação altamente elitizado, dependente de recursos investidos ao longo de toda uma juventude para garantir a aprovação dos concorridos vestibulares das públicas, ou recursos para financiar boas universidades particulares.


Se a elitização da educação é o gargalo, por que não repensar a educação? Inspirados no modelo da Lambda School, do Vale do Silício, meu sócio e eu pensamos em criar um modelo similar no Brasil com a Future4: um programa em que você aprende a programar do zero e só paga quando estiver empregado.

Para deixar o modelo redondo e acessível, as aulas são remotas e o curso é full-time, com duração de 6 meses (o que significa 1000 horas de experiência, algo bem superior ao oferecido por muita universidade de ponta).


O modelo remoto nos permite maior escala e, com uma formação baseada em projetos, utilizamos instrutores disponíveis o tempo inteiro para ajudar os alunos a superar bloqueios naturais de quem está começando.


Com essa escala e formação intensiva em apenas 6 meses, entendemos que podemos suprir o grande gargalo por desenvolvedores(as) no Brasil, surfando na onda das 70 mil novas vagas que vão surgir todo ano para esse público até 2024.

4. E qual a visão do impacto da FUTURE4 na sociedade?

Em uma palavra, empregabilidade.


O modelo da Future4 desbloqueia um pool enorme de talentos que passa a poder ser absorvido por empresas de tecnologia.


Você gera ascenção social ao mesmo tempo que supre uma carência grave de um mercado super importante para a economia, e fazer isso em escala - mirando em milhares de alunos - é bastante poderoso.


Em paralelo, contamos com a fronteira das pesquisas em educação, pois precisamos oferecer uma formação muito boa para garantir essa empregabilidade. Isso pode, ao nosso ver, gerar uma pressão por mudanças no modelo educacional também, e isso será a cereja do bolo :)

5. E qual a sua visão sobre o Futuro do Trabalho?

Eu gosto da ideia que a era pós-industrial faz com que a sociedade volte-se aos tempos do trabalho indidualizado dos artesãos.


Acredito muito que cada indivíduo pode contribuir de maneira específica e personalizada, oferecendo o melhor de si enquanto outros fazem o mesmo em suas áreas de competência.


Uma vez li em uma matéria da Harvard Business Review sobre a "era da hiperespecialização". Cada um concentra-se no que é bom e se complementa para a construção de um quadro maior.

Hoje temos tecnologia para isso e grandes empresas estão caminhando para modelos remotos e descentralizados.


Como o fundador do AngelList, Naval, diz:


"Os trabalhadores se voltarão para missões de curto prazo distribuídas, raramente entrando em rotinas e atuando de uma forma altamente descentralizada."


Acredito nisso. É só questão de novos sistemas surgirem para permitir essa distribuição de trabalho hiperespecializado.


Teremos uma crescente (que já ocorre) no trabalho remoto e as empresas terão de se adaptar a isso para conseguir atrair os melhores talentos.


Ao mesmo tempo, a sociedade deverá estar pronta para garantir oportunidade a todos por meio de educação em massa bem efetiva, pois isso exigirá grandes movimentos de transição de carreira e "reskilling".


O desafio é educacional.

E é aí que entram modelos como a Future4.


***


Sobre a Série "5 Perguntas sobre o Futuro"

A 2a temporada da série "5 Perguntas sobre o Futuro" começou há um mês com papos incríveis. Dá uma olhada nas feras que tivemos a honra de receber até aqui:




Na sequência, tivemos o João Paulo Pacífico, Fundador e CEO do Grupo Gaia, falando sobre a conexão entre Felicidade e Trabalho, além da sua Filosofia de Gestão na sua Empresa. Você pode conferir o papo com ele clicando aqui.


Em seguida, tivemos o Cezar Taurion falando sobre as Novas Tecnologias e o Futuro do Trabalho. Clique aqui para ler o papo com ele.


E também tivemos o Gustavo Mançanares Leme, Diretor de RH da Captalys, falando sobre Carreira nessa Era Digital. Clique aqui para conferir o papo com o Gustavo


Conversei também com o José Eduardo Queiroz, CEO do Mattos Filho, o maior escritório de advocacia da América Latina. Clique aqui para conferir o papo com o José Eduardo!


E na semana passada, bati um papo show de bola com o Haendel Motta sobre Psicologia, Liderança e Mindset. Para ler, é so clicar aqui.


Se você perdeu algum post da série, não deixe de ler, pois está incrível!


***


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