Ao longo de mais de 20 anos atuando como Executivo de RH, tive a oportunidade de ver times de liderança atuando com muita sinergia, colaboração e alta performance. Por outro lado, também vi CEOs tendo que gastar muito tempo e energia lidando com times bastante disfuncionais.
Abaixo compartilho 7 erros de CEOs na construção de seus times diretos.
Como veremos a seguir, são decisões que vão além de impactar os resultados do presente. São decisões que influenciam diretamente na criação do futuro de uma organização.
Vamos lá?
1. Contratar e manter Líderes desconectados com a visão que o CEO e a empresa precisam atingir.
Todo líder tem uma visão de futuro para a sua organização. Essa visão guia ações, estratégias e um modo de atuar para o sucesso da empresa.
Transformar essa visão em realidade requer uma equipe engajada e comprometida com esses princípios.
Se em sua equipe houver pessoas desconectadas com esses elementos e remando para diferentes direções, dificilmente será possível conquistar os objetivos que a sua empresa precisa atingir.
2. Contratar e manter líderes com comportamentos opostos à cultura que a empresa valoriza e deseja desenvolver.
Cultura não brota do papel e nem do Powerpoint. O exemplo, os comportamentos e atitudes dos líderes mais sêniores são essenciais para desenvolver uma nova cultura em uma empresa. Por isso, um CEO precisa escolher muito bem os integrantes da sua equipe.
Cultura começa na contratação. Mas Cultura também é desenvolvida através das pequenas práticas e decisões do seu Time Executivo.
Um dos maiores equívocos de um líder é ignorar esse elemento. Por exemplo: ter líderes arrogantes em sua empresa não irá contribuir para desenvolver uma cultura que valoriza o modelo mental de aprendizado. Para criar uma cultura ágil, você não pode contar com líderes que supervalorizam a hierarquia.
Busque pessoas que se conectem com a cultura atual da empresa. Busque pessoas que também possam desenvolver a cultura que a sua empresa precisa.
E busque, sobretudo, contratar e manter pessoas que sejam capazes de multiplicar essa cultura em todos os níveis da organização.
3. Desconsiderar a necessidade de ter uma equipe com habilidades, experiências e fortalezas complementares e diversas.
Complementariedade e diversidade são chaves para o sucesso de uma equipe. Equipes com pessoas que pensam de forma muito parecida acabam mantendo o status quo e impedem que novas soluções sejam criadas.
Com mais de 5,5 milhões de visualizações, "De onde vêm as boas ideias" é um dos TED Talks mais vistos até hoje. Nele, Steven Johnson explica o resultado de seus estudos sobre inovação nas empresas.
Ele descobre que as inovações surgem exatamente da combinação e complementariedade de diferentes ideias.
Ou seja, pessoas com origens e experiências parecidas terão um repertório de ideias mais parecidas umas com as outras. Isso vai levar com que aquela equipe enfrente mais desafios para desafiar o status quo, criar novos produtos, novos serviços, novas formas de operar e de atuar.
Apesar disso tudo ser tão óbvio atualmente, muitas empresas acabam andando em círculos em suas estratégias de negócios por contar apenas com pessoas com mesmo background e experiências.
O vídeo abaixo é um resumo animado de 4 minutos deste TED Talk brilhante realizado há ais de 10 anos e incrivelmente atual. Vale o play! :-)
4. Contratar e manter executivos que trabalham de forma verticalizada e em silos.
Para uma empresa ter sucesso, seus VPs e Diretores precisam atuar como um time.
Organizações de sucesso contam com líderes que possuem um modelo de gestão e atuação com impacto que vai além de sua área.
São líderes que vão muito além de entregar seus objetivos individuais. Eles impactam o presente e o futuro de diferentes áreas de uma empresa.
Eles desenvolvem uma visão horizontal sobre a empresa. Eles impactam transversalmente toda as áreas e a cadeia de valor para o cliente final.
Eles veem as demais áreas da empresa não como concorrentes - mas como parceiras que trabalham em conjunto para criação de soluções que, isoladamente, não teriam a capacidade de produzir.
5. Não alinhar as expectativas de comportamento e performance.
O que significa ser um Líder de Alta Performance na sua empresa? Imagine que a gente faça essa pergunta para cada integrante da sua Diretoria. Será que as respostas seriam as mesmas?
Quais indicadores vão medir o sucesso do Time Executivo? O que se espera da contribuição de cada integrante dessa equipe nos resultados das demais áreas?
Qual a expectativa sobre o papel desses líderes no desenvolvimento da cultura que a empresa precisa? É só o resultado financeiro que vale? Ou há uma estratégia de pessoas que precisa ser desenvolvida?
O que eles precisam deixar de fazer? O que eles precisam começar a fazer para impulsionar os resultados de toda a organização?
O grande risco de um CEO não dar clareza sobre suas expectativas para seu time direto é que cada um desses líderes assumirá o seu próprio significado de alta performance.
O problema é se esses comportamentos e atitudes não representarem aquilo que o CEO realmente deseja construir para turbinar o desenvolvimento das pessoas e da organização.
6. Delegar por completo o desenvolvimento da sua equipe para o RH.
A jornada de desenvolvimento de uma verdadeira equipe de liderança requer investimento de tempo e energia de qualquer líder - sobretudo no início dessa jornada.
Por conta de suas inúmeras atividades, nem sempre isso é possível para um CEO e muitos deles acabam delegando essa tarefa para a área de RH.
Mas essa, em geral, não é a melhor estratégia.
O ideal é que o RH apoie a criação das estratégias e iniciativas dessa jornada, atuando inclusive como o 'advisor' do CEO. Mas é o CEO que deve liderar essa jornada com o seu time tornando-se o exemplo dessas práticas no dia a dia e desenvolvendo os comportamentos e atitudes desejados ao longo do tempo.
7. Ignorar a construção da base de um time de sucesso: a confiança.
Há 20 anos, Patrick Lencioni publicou "Os 5 desafios das equipes", um dos livros mais conhecidos sobre construção de times. No livro, Lencioni descreve a confiança como o grande pilar para o desenvolvimento de um time de alta performance.
No vídeo abaixo, Lencioni comenta sobre os impactos da falta de confiança na construção de times. Vale o play! :-)
Para o sucesso de suas estratégias, uma empresa precisa ir muito além de contar com líderes que trabalhem muito bem em suas áreas.
Eles precisam atuar como uma verdadeira equipe. E essa é uma das grandes missões de um CEO - sobretudo em grandes organizações.
Pessoas remando para diferentes direções não vão conseguir conquistar os objetivos que a sua empresa precisa.
Sua missão como líder é construir um time capaz de criar uma organização ambidestra: uma organização que consiga entregar os resultados do presente e, simultaneamente, criar o seu próprio futuro.
VOTE NA ENQUETE!
Entre os 7 itens que mencionamos nesse texto, qual é o mais prejudicial para o desenvolvimento e resultados de uma empresa?
Qual dos 7 itens abaixo é o mais prejudicial para uma empresa?
1. Líderes desconectados com a visão de futuro da empresa.
2. Líderes com comportamentos opostos à cultura da empresa.
3. Baixa diversidade de ideias e pensamentos na equipe.
4. Líderes que atuam de forma verticalizada e em silos.
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